Esse projeto de pesquisa pretende investigar a interseção da arquitetura interativa com a arquitetura performativa (quando esta recorre à automação de processos relativos à sustentabilidade, conforto ambiental e eficiência energética) através da exploração da ideia de arquitetura interativa como espaços abertos para a contínua reprogramação de sua interatividade por parte de seus usuários (entendendo interatividade como a relação do pré-programado com o indeterminável). Para tanto pretendemos desenvolver essa pesquisa em duas frentes complementares: no campo teórico, a partir de uma abordagem construtivista feenbergiana da tecnologia na qual esta e os objetos-técnicos devem ser abertos (reconfiguráveis, reprogramáveis) e seus usuários devem ser atuantes nessa reconfiguração; e no campo experimental, pelo problema de como programar um objeto-técnico para ser continuamente reprogramável. A abertura da programação de um objeto técnico será investigada e concretizada no desenvolvimento final do Sistema HidraH e de interfaces interativas que dele derivarão. Estas interfaces serão desenvolvidas no Lab NEXT (Escola de Arquitetura - UFMG) e farão parte de um espaço interativo que lê variações de intensidade ambientais e promove a comunicação dessas informações aos usuários. Estes, por sua vez, poderão reprogramar o comportamento desse espaço. No campo teórico, essa abertura será investigada partindo da revisão dos conceitos de meta-objeto (Abreu, 2018), não-objeto (Goulart, 1955) e híbridos (Latour, 2003).
O Sistema HidraH, em seu atual estágio, gera o código a partir da configuração dos sensores e atuadores que se conectam
ao microprocessador. No caso da figura acima temos os sensores e atuadores na
parte de cima da imagem. Destes partem “fios” que se conectam ao node
que representa o microcontrolador. Essa configuração no sistema HidraH deve
reproduzir o que é encontrado no circuito físicos: os nodes acima
representam 2 encoders (potenciômetros), 2 sensores RGB, 1 acelerômetro, 1
sensor de luminosidade e 1 ultrassom.
Depois de configurado a montagem dos sensores, atuadores e
microcontrolador, o usuário define os nomes de cada sensor/atuador. O HidraH
então gera automaticamente as variáveis para o código. Feito isso, é só apertar
o botão “write“ e os HidraH gerará o código pra ser instalado no
microcontrolador. Esse código deixará visível para a rede todos os inputs e
outputs a ela conectados.
Acima vemos
um site que torna visível as informações geradas pelos sensores e atuadores
disponíveis na rede. Nele podemos acessar o nome das variáveis geradas pelos
sensores e atuadores.
Na figura acima podemos ver o mapeamento das variáveis geradas pelos sensores. Os nodes na parte de cima da imagem recebem as informações dos sensores. Isso é feito a partir da inscrição do nome da variável referente a cada sensor no campo “topic”. Assim, o node se “inscreve” para receber informações de um sensor. No lado direito da figura vemos os nodes responsáveis por enviar essas informações mapeadas para toda a rede.
Acima um exemplo de como as informações geradas remotamente podem servir de parâmetros para filtros de imagens de vídeo, controle automatizado de um player de vídeo, geração de efeitos sonoros, etc.
